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2014 . documentário . 12min . Maceió-AL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na orla do oceano vive-se com mais doçura.
Ambrósio Richshofer

 

Ver a olho de pássaro, do alto, mas também ver o detalhe. A ambição de estender ao máximo a capacidade de observar acompanha a Idade do Ouro dos holandeses. O que ocorre quando olham outras terras e outro mar, vastíssimos, ao oposto da terra natal?

Um curta-metragem do grupo de pesquisa Estudos da Paisagem, com direção e fotografia de Alice Jardim.  Uma realização do grupo de pesquisa Estudos da Paisagem, Laboratório de Criação Tabaêtê e Filmes Atroá, com apoio da Embaixada do Reino dos Países Baixos, FAPEAL/CNPq e Capes.

Ficha técnica:

 

direção e fotografia

ALICE JARDIM

 

assistência de direção

NIVALDO VASCONCELOS

 

produção executiva

MATHEUS NOBRE

 

argumento

LABORATÓRIO DE CRIAÇÃO TABA-ÊTÊ

ENTRE CÉUS

pesquisa

MARIA ANGELICA DA SILVA

Coordenação do Grupo de Pesquisa Estudos da Paisagem

 

GUSTAVO BARALDI

Coordenação do Laboratório de Criação Taba-êtê

 

FLÁVIA CERULLO, BIANCA MUNIZ,

MELISSA MOTA e ROSELINE OLIVEIRA

 

 

design audiovisual

ALICE JARDIM

 

realização

ESTUDOS DA PAISAGEM

TABA-ÊTÊ

FILMES ATROÁ

 

estudosdapaisagem.com.br

 

roteiro e montagem de imagens

ALICE JARDIM e NIVALDO VASCONCELOS

 

desenho de som

ALICE JARDIM e BARULHISTA

 

trilha sonora original e mixagem

BARULHISTA

 

som direto

MATHEUS NOBRE e NIVALDO VASCONCELOS

Premiações

.: Troféu Cinememória - Melhor documentário do 4º Curta Brasília (2015)

.: Prêmio ALGÁS de melhor documentário da V Mostra Sururu de Cinema Alagoano (2014)

.: Prêmio de melhor fotografia da V Mostra Sururu de Cinema Alagoano (2014)

.: Prêmio de melhor montagem da V Mostra Sururu de Cinema Alagoano (2014)

Exibições

.: V Mostra Sururu de Cinema Alagoano (2014)

.: 26º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo (2015)

.: Arquiteturas Film Festival Lisboa - 3ª edição (2015)

.: 7º Festival Internacional de Cinema da Fronteira (2015)

.: 14º RECINE - Festival Internacional de Cinema de Arquivo (2015)

.: 4º Curta Brasília (2015)

COBERTURA DA V MOSTRA SURURU DE CINEMA ALAGOANO

por Cid Nader


Algo de estupendo – sei totalmente que usar a expressão “estupendo” é risco que críticos razoáveis deveriam evitar, mas, sinceramente, até esse instante, passadas horas do curta visto, as sensações continuam no mesmo grau de encanto (sim, encanto cabe bem) – ocorre neste curta-metragem de Alice Jardim assistido ontem à noite aqui na Mostra. Inicia-se toda essa estupefação quando se nota a própria tela do evento ganhando mais vida do que vinha entregando até então: a sucessão de imagens vivas (as que filmam vidas e realidade em movimento) mescladas a imagens que acabam sendo colagens intrometidas por entra textura do que se move (pinturas e afins que retratam os tempos da dominação holandesa em Pernambuco), encheram de cor e luz a projeção do evento, que nem parecia até tal momento ter capacidade técnica para tal alcance. 

Continua quando algo de inimaginável parece suceder, e suceder mais um tanto, sob narração em off (o que normalmente enfraquece trabalhos, mesmo documentais – ou pseudodocumentais , mas que aqui faz parte colada total, e justa, do processo de elucidação pelas imagens) que conta histórias e impressões de diversos viajantes holandeses chegados aqui na época/período de seu rico domínio, quando o que se vai revelando visualmente na tela amontoa sucessão impressionante de trabalho árduo de captação, de escolha, de ângulos, de compreensão da rica natureza buscada antagonizada pela compreensão da rica arquitetura decifrada: pronto, num filme de tantos aspectos, que pode nos roubar as verdadeiras palavras na tentativa de pensá-lo por texto, “decifrar” talvez seja termo bastante interessante para o que foi tentado pela diretora nessa tentativa de investigação sobre tal momento holandês no país.  

Esse suceder que parece surgir já logo no primeiro instante é a real alma de Entre Céus, porque nas buscas empreendidas pela diretora há o trabalho de pesquisas das mais diversas, há o trabalho da escolha de locais que por vezes parecem de sonho, há a questão das fusões entre quadros e realidade se dando desde sempre num processo de fluidez constante onde nos permitimos evitar as cisões e costuras (o que são aquelas imagens do rio e de suas pessoas, de seus barcos, de suas matas “cercanas”? O que é a investigação da cidade por cima, posicionando-a quase como uma maquete atual que revelará o traço imaginado pelos holandeses? Como se chegou a tanta organicidade nas fusões, que valorizam demais as luzes, o céu,os locais?): e tudo isso se dando sem que sejamos alertados no início, no que é um suceder que nasce já nesse início e se mantém assim por todo o tempo, gerando fluxo, e suceder, e fluxo... 

Há curtas-metragens que conseguem se nos escapar de tanta complexidade contida em sua construção, mas mais ainda por se contarem totalmente, evitando gentilmente a análise, que parecerá desnecessária diante do tudo que entregou. Este, que viaja no tempo, que é de textos também, que resgata sensações para insinuar o que é do hoje, os resultantes de tanta admiração “das antigas”, que consegue ser arquitetônico e natureza quase selvagem, que é humano, cana, bichos (que até, nota-se nos créditos, teve a aporte dos de lá, agora distantes mas também sonhadores com aqueles tempos), tão denso das mais diversas informações, se conta por si, pode nos dispensar invasores analistas, porque já é dele se dizer. 

 

Texto originalmente publicado no site Cinequanom, durante a cobertura da V Mostra Sururu de Cinema Alagoano (2014).

 

 

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V MOSTRA SURURU DE CINEMA ALAGOANO

Justificativas das Premiações

 

MELHOR MONTAGEM

Pela articulação orgânica de seus múltiplos registros o prêmio de melhor montagem

vai para Alice Jardim e Nivaldo Vasconcelos, por Entre Céus.

 

MELHOR FOTOGRAFIA

Ao usar com invenção a fotografia, de forma a colaborar efetivamente com sua construção filmíca, o prêmio de melhor fotografia vai para Alice Jardim, por Entre Céus.

 

PRÊMIO ALGÁS DE MELHOR DOCUMENTÁRIO

Ao representar origens de forma inventiva, resgatando textos históricos e sobrepondo telas a novas imagens,  o melhor curta documentário vai para Entre Céus, de Alice Jardim.

 

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